sábado, 28 de julho de 2007

STRESS ORGANIZACIONAL ou FAMILIAR?


Respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do meu coração. Eu sou, eu sou, eu sou.

Sylvia Plath



Há algum tempo soube que determinado profissional que atuava já há vários anos no ambiente de RH houvera adoecido. O fato me surpreendeu, pois o achava determinado, firme, e obstinado nas ações que tinha que tomar em decorrência de determinações da direção maior da empresa e dos processos de RH que deveriam ser levados a efeito.

Entretanto, vale recordar que o nível de stress a que são submetidos todos os profissionais em suas diversas áreas de atuação são tão intensas que todos ficam como que tomados pelo corre-corre do dia a dia e, se envolvem em grandes preocupações, estas na verdade tomam corpo dentro de seu corpo emocional e a saúde realmente fica afetada diante de tantas preocupações.

Neste ponto vale a pena relembrar o pensamento de Sylvia Plath que vem de encontro ao que pretendo falar, mesmo em breves linhas, que é o processo de busca, muitas vezes desenfreada, de cada um de nós, para nos colocarmos nos melhores níveis no ambiente da organização. É a questão da preservação do STATUS QUO. A disputa por posições é acentuada. A forma de chegar ao poder temporal dos cargos, em algumas situações, que muitas vezes são veiculadas dentro da organização – para muitos a rádio corredor – afirma que são utilizados formas e meios tão inusitados para ocupar estes cargos que nos surpreendemos. Estas ações denotam em muitos casos a necessidade do TER em detrimento do SER.

Não é fácil, pois este processo de busca para TER já se encontra de tal modo implantado em nosso inconsciente, em virtude, da forma pelo qual fomos “educados”, ou seja, a sermos sempre os primeiros dentro do grupo social, por nossos genitores, os quais também receberam várias e várias mensagens para ocuparem posições de destaque e, que tendo conseguido, ou não, tentaram incuti-la em nós que a mensagem ficou como sendo verdadeira. Daí os momentos de tristeza, de lágrimas quando não conseguimos a devida colocação no colégio, na comunidade, na faculdade entre outros.

Outro fator que incute a necessidade de sucesso é a ação da mídia que apresenta todos os profissionais de renome ocupando cargos elevados, possuidor de carros de última geração, de belas mulheres entre outros.

Assim, há um estímulo para essa disputa a tal ponto que sem nos apercebermos podem nos causar mal e, assim, não nos apercebemos disso e vamos paulatinamente adoecendo. Este fato é interessante e foi retratado recentemente na novela veiculada pela empresa de televisão REDE GLOBO em sua novela diária PARAISO TROPICAL quando retratou a postura do profissional vitorioso, vigoroso, rico e frio que o Sr. ANTENOR.

No desenrolar do enredo da novela houve uma mundança na vida dele a tal ponto que ele adoeceu de raiva, teve um processo de infarto do coração, quase morreu, mas depois de algum tempo mudou o seu estilo de vida. Ainda assim preserva os traços de sua personalidade marcante, pois, até para ter um filho (como se fosse objeto negociável) para não perder a fortuna pessoal construída a duras penas, é o que se depreende ao assistir a novela, foi agressivo com sua parceira nesta última semana.

Ao concluirmos esta pequena reflexão acerca de nosso adoecimento e a busca pessoal por colocação no mercado de trabalho e o destaque na pessoal na sociedade vale a pena trazer o pensamento de Sócrates que dizia: “Deixe quem desejaria mudar o mundo primeiro mudar a si mesmo”.



Fabricio Menezes
Psicólogo
CRP 01.11.163

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