sexta-feira, 21 de setembro de 2007

COMO REDUZIR SEU TEMPO DE DESEMPREGO

O autor deste artigo é Thomas Case - Fundador do Grupo Catho, achei-o oportuno, pois faz uma apresentação geral sobre o tempo em que se fica desempregado.

Recentemente mantive contato com vários profissionais que estão em busca de colocação no mercado de trabalho, e grande parte deles já passa dos 35 anos. Alguns crêem que não podem mais serem recolocados, mas não é bem assim. Vale sempre a persistência e procurar não desistir.


Caro leitor, o mercado de trabalho está melhorando. No Brasil, lamentamos demais o péssimo estado do mercado de trabalho e como é difícil conseguir emprego. Realmente, há épocas em que o mercado de trabalho fica muito difícil.
No ano de 2002, por exemplo, os profissionais especializados (engenheiros, contadores, analistas...) ficaram desempregados, em média, 10,84 meses. Esse foi o efeito pré-Lula... Após 2003, o mercado de trabalho começou a melhorar a cada ano. Nossa recente pesquisa “A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros – Edição 2005”, teve 31 mil respondentes que falaram sobre como foram contratados. Conseguimos identificar, para cada ano, qual foi o tempo médio de desemprego para presidentes, diretores, gerentes, coordenadores, supervisores e profissionais especializados.

Segue abaixo gráfico que mostra o tempo médio de desemprego nos últimos dez anos (em meses). É interessante notar que em 2005 o tempo médio de desemprego está baixo, em comparação aos últimos dez anos. Examine o gráfico que segue e você vai notar coisas interessantes.
A primeira delas é que presidentes e diretores ficam desempregados menos tempo que os profissionais em cargos inferiores. Note como o pico do tempo de desemprego foi em 2002 e em 2003, 2004 e 2005 esse tempo foi sendo reduzido sucessivamente. Fizemos uma análise das pessoas que conseguiram emprego em 2004 e 2005 para determinarmos quais fatores influenciam no tempo de desemprego.
O que ajuda o executivo a conseguir emprego mais rapidamente? Para fazer essa análise, fizemos uma regressão múltipla onde verificamos as variáveis mais significativas. O uso de técnicas de regressão múltipla passo a passo permitiu identificar 10 fatores que influenciam o tempo de desemprego de um profissional. Esta análise foi capaz de explicar 74,2% da variabilidade no tempo de desemprego. Este modelo pode parecer um bicho de sete cabeças porque é matemático e usa sofisticadas técnicas estatísticas. Porém, não é. O modelo é útil para entendermos o que você tem que fazer para ficar desempregado por pouco tempo.

Vou explicar cada variável que influencia no tempo de desemprego.
1 - Contratação pela Internet. Aproximadamente 14% das pessoas são contratadas pela Internet, e quem consegue, reduz o tempo de desemprego em aproximadamente 26 dias. Por quê? É muito lógico! A Internet é rápida; a resposta via e-mail acontece em tempo real.
2 – Contratação via networking (indicação, QI). Este é o caso de aproximadamente 44% das pessoas. O processo de networking é demorado; ele aumenta o tempo de desemprego em 6,8 dias. Vamos entender bem: não é para não fazer networking! Faça-o, mas entenda que é um método demorado, mas que vai dar resultados – como dá para muita gente.
3 – Utilização dos serviços de recolocação/outplacement. A estatística mostra que esses serviços reduzem o tempo de desemprego em 55,2 dias, em média, o que é uma baita melhora! A essência de um trabalho de consultoria é ensinar as pessoas a como procurar emprego. As pessoas não sabem procurar emprego! Uma de nossas pesquisas mostra que 75% das pessoas desempregadas não leram nenhum livro sobre como procurar emprego. A consultoria de outplacement fundamentalmente soluciona o problema da ignorância dos candidatos, reduzindo muito o tempo de desemprego.
4 – Supervisores, gerentes ou profissionais especializados ficam mais tempo desempregados; em média, 12,9 dias a mais. O mercado de trabalho é mais difícil para quem ocupa cargos de nível hierárquico inferior. E isso ocorre, principalmente, porque existe muita gente com idade avançada e ganhos altos que não consegue emprego.
5 – A tão sonhada contratação pela CLT colabora para aumentar o tempo de desemprego. Se você insiste em ser contratado em regime CLT, vai aumentar seu tempo de desemprego em 14,1 dias, em média. Muito lógico isso! As empresas preferem contratar em regime de prestação de serviços, que custa menos.
6 – Se você aceitar ser contratado como prestador de serviços, isso reduzirá seu tempo de desemprego em menos 14,4 dias, em média.
7 – A idade influencia muito no tempo de desemprego. Os profissionais maduros demoram muito mais para conseguir uma recolocação. Um profissional de 50 anos vai demorar, em média, 38 dias a mais para conseguir emprego do que um profissional de 30 anos.
8 – Lamentavelmente, o mercado de trabalho é machista, e tem preferência por contratar homens. O homem demora, em média, 10,8 dias a menos para conseguir emprego.
9 – O profissional que tem um negócio paralelo ao seu emprego demora mais para conseguir uma nova colocação do que aquele que não tem. Não é muito – cerca de 8,4 dias.
10 – A última variável é sobre o local de trabalho. A cidade de São Paulo tem mais oportunidades que outras cidades, e quem consegue emprego em São Paulo demora, em média, 6 dias menos do que quem não mora.

Quais são as lições que podemos tirar deste modelo estatístico dos fatores que influenciam o tempo médio de desemprego? A mais importante lição é que o conhecimento sobre como procurar emprego tem enorme impacto no tempo de desemprego. Se você não quer contratar uma consultoria de outplacement, recomendo que leia um bom livro sobre como procurar emprego.

Espero que esses dados tenham sido úteis e que o ajudem. Nossas pesquisas fornecem maravilhosas informações para que os profissionais tirem maior proveito do mercado de trabalho.

Forte abraço *Thomas Case Fundador do Grupo Catho

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