Amigos, transcrevo um breve trecho do artigo que trata da Sindrome de Bournout ou na verdade da abordagem que trata do adoecimento do profissional que atua no mercado de trabalho.
Tenho uma copia desse artigo e caso desejem ler todo o conteudo basta mandar um e-mail para FMENEZESSTER@GMAIL.COM
Abraço a todos voces!
FabricioMenezes
Autor do artigo:
Dra. Edith Seligman - Silva
Doutora em Medicina Preventiva (FMUSP), Prof. Adjunto do Depto. Fundamentos
Sociais e Jurídicos da Administração, Escola de Administração de Empresas de São
Paulo/Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV).
A expressão inglesa burn-out corresponde a “queimado até o final” e foi traduzida para o português como “estar acabado”, na versão brasileira da CID-10. Esta é a denominação de um quadro clínico, que também foi chamado Síndrome do Esgotamento Profissional e que recebe o código Z73-0 na Classificação oficial. Consideramos pejorativa a designação “estar acabado”, por isso utilizaremos aqui as denominações “síndrome de esgotamento profissional” e por já haver se tornado corrente na área “psi”- o termo “burn-out”.
Herbert Freudenberger, em seu livro Burn-out, publicado em 1980, associa a síndrome à seguinte representação: um incêndio devastador, um “incêndio interno” (subjetivo) que reduz a cinzas a energia, as expectativas e a auto-imagem de alguém que antes estava profundamente envolvido em seu trabalho. Baseando-se em um grande número de estudos de caso, Freudenberger identificou que especialmente dois tipos de pessoas estão expostas ao “apagão interno” consubstanciado no “burn-out”: 1) indivíduos particularmente dinâmicos e propensos a assumir papéis de liderança ou de grande responsabilidade; 2) idealistas que colocam grande empenho em alcançar
metas freqüentemente impossíveis de serem atingidas.
Foram já realizados numerosos estudos sobre burn-out, tanto em abordagens epidemiológicas - na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e, mais recentemente, na América Latina - quanto em pesquisas qualitativas. Estes estudos têm analisado profissionais dos setores de educação e saúde. Os profissionais que desenvolvem o burn-out são em sua maioria aqueles que prestam serviços a outras pessoas, especialmente os denominados cuidadores, isto é, aqueles que cuidam de outras pessoas. Têm sido constatadas altas freqüências da síndrome em professores/as, enfermeiras/os, médicos/as e assistentes sociais em diferentes países. Freudenberger também estudou casos de executivos.
Atualmente, nas empresas, vem sendo observado número crescente de casos da síndrome, a partir da incrementação das grandes mudanças organizacionais que acompanham a reestruturação produtiva.
Ela tem incidido em gerentes de vários níveis da administração e em outros executivos. Nestas mudanças, as pressões sofridas continuadamente para que os indivíduos atinjam metas cada vez mais
avançadas, adquirem caráter extenuante, podendo levar ao esgotamento profissional (NARDI,2006; JARDIM e GLINA, 2000). Verifica-se nestes casos de reestruturação, tanto nas áreas dministrativas
quanto de produção, a importância assumida pelo sentimento de perda de algo que o indivíduo se sente impossibilitado de reconstituir. No contexto contemporâneo as perdas tornam-se especialmente
impactantes quando remetem para a dificuldade de encontrar alternativas, seja dentro do contexto de trabalho que foi transformado de modo a não haver retorno a uma situação anterior (“minha função desapareceu”, “meu antigo setor foi extinto”, “desfizeram a minha equipe”), seja fora da organização, pelo estreitamento do mercado de trabalho.
Existem dois tipos principais de perda quando se “encolhe” a estrutura de uma empresa. O primeiro é a perda de uma função, de uma atividade na qual o indivíduo havia desenvolvido experiência e muitas vezes investido criatividade, atividade que era fonte de orgulho profissional e alicerce de identidade. Resulta em insegurança diante dos deslocamentos de cargo e mudança de função. O segundo tipo
de perda corresponde à perda afetiva, dos relacionamentos interpessoais e da relação solidária que existia dentro de um coletivo que foi extinto (já falamos a respeito no tópico referente aos episódios
depressivos). O quadro clínico da síndrome de esgotamento profissional apresenta como manifestação central uma exaustão que eclode de modo(...)
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